No final de cada ano dou comigo a imaginar como será o próximo. É altura de fazer balanço, de fechar a loja, fazer um inventário ao que se concretizou ou não no último ano. O que ficou para trás, normalmente entra na lista de prioridades, nem que seja para ficar mais um ano de molho...
Acima de tudo imagino o mundo do meu umbigo, o mundo do meu quintal, que funciona como um sopro para o mundo em geral.
1.8.07
Muda de vida se tu não vives satisfeito Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar Muda de vida, não deves viver contrafeito Muda de vida, se há vida em ti a latejar
... Olha que a vida não, não é nem deve ser como um castigo que tu terás de viver
Não costumo utilizar frases do género: "Foi o destino!" , "Estava escrito!", etc, etc... Mas devo confessar que realmente há um destino ao qual ninguem escapa por mais voltas que dê. E é o que mostra este delicioso video.
30.5.07
Vem ai o Dia da Criança e, como o tempo não volta atrás. Recordar é viver...
This is a call to the colorblind This is an IOU Stranded behind a horizon line Try to be something true
Yes, I'm grounded Got my wings clipped I'm surrounded by All this pavement Guess I'll circle While I'm waiting For my fuse to dry
Chorus: Someday I'll fly Someday I'll soar Someday I'll be So damn much more Cause I'm bigger than my body Gives me credit for
Why is it not the time? What is there more to learn? I've shed this skin I've been tripping in And I've never quite returned
Yes, I'm grounded Got my wings clipped I'm surrounded by All this pavement Guess I'll circle While I'm waiting For my fuse to dry
Chorus
Cause I'm bigger than my body now
Maybe I'll tangle in the power lines And it might be over in a second's time But I'll gladly go down in a flame If the flame's what it takes to remember my name To remember my name, oh
Yes, I'm grounded Got my wings clipped I'm surrounded by All this pavement Guess I'll circle While I'm waiting For my fuse to dry
Chorus
Cause I'm bigger than my body Bigger than my body Bigger than my body now
Gravity is working against me And gravity wants to bring me down
Oh I'll never know what makes this man With all the love that his heart can stand Dream of ways to throw it all away
Oh Gravity is working against me And gravity wants to bring me down
Oh twice as much aint twice as good And can't sustain like one half could It's wanting more That's gonna send me to my knees (repeat)
Oh gravity, stay the hell away from me And gravity has taken better men than me (Now how can that be?)
Just keep me where the light is Just keep me where the light is Just keep me where the light is Come on, keep me where the light is Come on, keep me where the light is Away from all the dark Keep me where the light is Keep me where, keep me where the light is
John Mayer
foto de Al Magnus
Por cada gota que cai no mar Há uma outra que sobe ao céu Por cada gota que a nuvem solta Há uma outra que o mar lhe dá Ai ai esperança vem cá cantar Que o sol não cansa no seu brilhar Olh'ó menino é um barquinho Sonha sozinho sempre a remar Ai ai esperança sonha com quem Ó mar amansa embala-o bem Cada criança será o pai Doutra criança que dele sai Ai ai esperança p'ra quê chorar Espera menino esper'á cantar La la la la la la Ai ai esperança vem cá cantar O teu barquinho há-de chegar Ai ai esperança sempre a cantar O sol não cansa no seu brilhar
Miguel Esteves Cardoso cantado pelas Doce e por Sara Tavares
«Era uma vez um país onde entre o mar e a guerra vivia o mais infeliz dos povos à beira-terra. (...) Era uma vez um país de tal maneira explorado pelos consórcios fabris pelo mando acumulado pelas ideias nazis pelo dinheiro estragado pelo dobrar da cerviz pelo trabalho amarrado que até hoje já se diz que nos tempo do passado se chamava esse país Portugal suicidado. (...) Foi então que Abril abriu as portas da claridade e a nossa gente invadiu a sua própria cidade. Disse a primeira palavra na madrugada serena um poeta que cantava o povo é quem mais ordena. (...) Foi esta força viril de antes de quebrar que torcer que em vinte e cinco de Abril fez Portugal renascer. E em Lisboa capital dos novos mestres de Aviz o povo de Portugal deu o poder a quem quis.»
Ary dos Santos - As Portas que Abril Abriu. Lisboa, 1975.
Quando nasci eu era preto. Quando cresci fiquei preto. Quando estou doente fico preto. Quando apanho sol fico preto. Quando estou com frio fico preto. Quando tenho medo fico preto. Quando morrer ficarei preto.
Mas tu “homem BRANCO”, Quando nasces és cor-de-rosa, Quando cresces ficas branco, Quando apanhas sol ficas vermelho, Quando sentes frio ficas roxo, Quando sentes medo ficas verde, Quando estás doente ficas amarelo, Quando morres ficas cinzento, E ainda tens a lata de me chamar: "homem de cor!"
Rows and flows of angel hair And ice cream castles in the air And feather canyons everywhere I've looked at clouds that way
But now they only block the sun They rain and snow on everyone So many things I would have done But clouds got in my way
I've looked at clouds from both sides now From up and down, and still somehow It's cloud illusions I recall I really don't know clouds at all Moons and Junes and Ferris wheels The dizzy dancing way you feel As ev'ry fairy tale comes real I've looked at love that way
But now it's just another show You leave 'em laughing when you go And if you care, don't let them know Don't give yourself away
I've looked at love from both sides now From give and take, and still somehow It's love's illusions I recall I really don't know love at all
Tears and fears and feeling proud To say "I love you" right out loud Dreams and schemes and circus crowds I've looked at life that way
But now old friends are acting strange They shake their heads, they say I've changed Well something's lost, but something's gained In living every day
I've looked at life from both sides now From win and lose and still somehow It's life's illusions I recall I really don't know life at all
a vida é uma coisa redonda que cai dos nossos olhos todas as manhãs cai e fica a pular no chão até lhe darmos um pontapé então abre a boca e morde-nos os sapatos a vida custa o preço de umas meias solas se fosse cúbica podíamos sentar-nos nela e ficar a ver o passar do tempo o crescer das searas o amamentar das crianças a galadela das aves o vento de nordeste o avançarda noite
a vida é uma esfera de aço sem forma definida onde se espelham as lagoas que nos correm para o colo até coaxarmos rola sobre nós abrindo sulcos por onde descem as nossas lágrimas até aos pés que ela lambe.
quando a vida se vira e olha para trás transfor- mamo-nos em sal e apedrejamos os caminhantes
Henrique Ruivo
4.4.07
Com versos da cor da lua és tão grande e pequenino como esta pagina branca em que leio o teu destino dorme agora sossegado como as nuvens à noitinha que eu fico aqui a teu lado com a tua mão na minha
José Jorge Letria, "Versos para os pais lerem aos filhos em noites de luar".
Ainda movida pela noticia recebida há horas (Placebo de volta à terrinha) e depois de mais uma maratona de Prision Break... deixo aqui um cocktail que faz as minhas delícias...
Os Placebo acabam de confirmar presença no Creamfields que vai decorrer no dia 19 de Maio no Parque da Bela Vista. É a loucura total!!! Que saudades!!! Já não nos vemos há algum tempo. Desde a última vez... Esta musica provoca-me arrepios, entre muitas outras... mas fica esta, ao vivo e tudo para deixar água na boca.
Como se não tivesse substância e de membros apagados. Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra. E germinar no sono, germinar na árvore. Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa. Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada. No encontro e no abandono, na última nudez, respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva. Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível. E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços. Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.
Hoje sonhei! Um quadro. Uma moldura. Uma parede. Uma pessoa que vê. Estou na parede. Dentro da moldura. Presa no quadro. Esquerda, direita. Em baixo e em cima. Faço das tuas pestanas asas. Abre a moldura, com um furo bem fundo. Leva-me da parede, nem que seja por um segundo. Faz com que o meu quadro, faça parte do teu mundo.
Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente A maneira mais triste de se estar contente a de estar mais sozinho em meio de mais gente de mais tarde saber alguma coisa antecipadamente Emotiva atitude de quem age friamente inalterável forma de se ser sempre diferente maneira mais complexa de viver mais simplesmente de ser-se o mesmo sempre e ser surpreendente de estar num sítio tanto mais se mais ausente e mais ausente estar se mais presente de mais perto se estar se mais distante de sentir mais o frio em tempo quente O modo mais saudável de se estar doente de se ser verdadeiro e revelar-se que se mente de mentir muito verdadeiramente de dizer a verdade falsamente de se mostrar profundo superficialmente de ser-se o mais real sendo aparente de menos agredir mais agressivamente de ser-se singular se mais corrente e mais contraditório quanto mais coerente A via enviesada para ir-se em frente a treda actuação de quem actua lealmente e é tão impassível como comovente O modo mais precário de ser mais permanente de tentar tanto mais quanto menos se tente de ser pacífico e ao mesmo tempo combatente de estar mais no passado se mais no presente de não se ter ninguém e ter em cada homem um parente de ser tão insensível como quem mais sente de melhor se curvar se altivamente de perder a cabeça mas serenamente de tudo perdoar e todos justiçar dente por dente de tanto desistir e de ser tão constante de articular melhor sendo menos fluente e fazer maior mal quando se está mais inocente É sob aspecto frágil revelar-se resistente é para interessar-se ser indiferente Quando helena recusa é que consente se tão pouco perdoa é por ser indulgente baixa os olhos se quer ser insolente Ninguém é tão inconscientemente consciente tão inconsequentemente consequente Se em tantos dons abunda é por ser indigente e só convence assim por não ser muito convincente e melhor fundamenta o mais insubsistente Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente O mar a terra o fumo a pedra simultaneamente
Ruy Belo Transporte no Tempo
22.2.07
Adrian Stocker
Porque não vens agora, que te quero E adias esta urgencia? Prometes-me o futuro e eu desespero O futuro é o disfarce da impotência....
Hoje, aqui, já, neste momento, Ou nunca mais. A sombra do alento é o desalento O desejo o limite dos mortais.
Formigueiro... sinto-o na barriga, será do doce que guardo? Será do frenesim em linha que passa pelo carreiro, que conduz à casa encarnada? Pica ao de leve, alternando com facadas rasga o rio e alaga o caminho, os fluidos costumam facilitar a passagem. Oxalá seja o caso, adoro não mexer uma palha. Fecho os olhos, e vejo lá vão elas... pelo carreiro molhado. Não há obstáculos, só pressa Urgência no destino. É para já!
Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes, Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis
21.2.07
Carnaval- Lisboa- 1905
Pois é! Já lá vai... Já se foram... quatro dias de sã loucura. Cada ano que passa a fasquia sobe e como não podia deixar de ser, este ano não fugimos a regra. Estivemos em grande! A grande motivação? A loucura da preparação, o gozo de nos superarmos, a curiosidade das reacções, o reconhecimento da nossa criatividade, se não mesmo genialidade... com um sorriso, um olhar, um dedo a apontar... E agora aguardar porque para o ano há mais... E novas ideias já estão nos telemoveis com lembranças para a noite de Natal...
30.1.07
Ai chega, chega, chega, chega a minha agulha Afasta, afasta, afasta, afasta o meu dedal Brejeira, não sejas trafulha Ó linda vem coser o avental
Ai chega, chega, chega, chega a minha agulha Afasta, afasta, afasta, afasta o meu dedal Brejeira, não sejas trafulha, ai não És a mais linda costureira em Portugal
Há uns aninhos que a minha velhinha Singer não trabalhava. Caulculo que ela até tivesse vontade, o problema é que eu não tinha jeito... nem vontade... Mas a necessidade aperta, a vontade tem de chegar à frente e o jeito, bem trabalhadinho também vai aparecendo. E a verdade é que a velhinha singer tem sido amiga... e tem-me ajudado na ardúa tarefa de confeccionar as toilletttttesss de carnaval, e a verdade é que não nos temos dado nada mal...
Estamos a menos de um mês do Carnaval e eu já há alguns dias que não consigo pensar em mais nada. Das duas uma, ou a partir de agora vou "postar" menos ou o tema vai passar sempre pelo Carnaval...
O meu blog, baptizado de Flupsiland, fez ontem um aninho! E sendo meu... só hoje tem direito a parabéns e a bolo ( a cabeça no ar por vezes causa-me problemas de memória ). Mas mais vale tarde que nunca...
Brinca enquanto souberes! Tudo o que é bom e belo Se desaprende... A vida compra e vende A perdição, Alheado e feliz, Brinca no mundo da imaginação, Que nenhum outro mundo contradiz!
Brinca instintivamente Como um bicho! Fura os olhos do tempo, E à volta do seu pasmo alvar De cabra-cega tonta, A saltar e a correr, Desafronta O adulto que hás-de ser!
Abrir olho, fechar olho, virar d'aqui, virar d'ali Contar carneiros, levantar, deitar O tempo a passar, relógio não pára E entretanto está na hora de acordar...
Numa altura em que estamos a fechar o balanço do ano anterior e a fazer previsões para mais um ano novo, nada melhor que uma ajuda para pensar no que realmente pode ser importante, no que faz a diferença, a pôr os pontos nos is, a separar o trigo do joio, etc etc. E tudo isto para dizer que este video é lindo e faz com que tudo seja lindo...